Blogue no âmbito da área curricular não disciplinar Área de Projecto, construído pelas alunas Ana Rita Vieira, Liliana Ramalho, Tânia Figueiredo e Vanessa Martins do 12º C da Escola Secundária c/ 3º ciclo de Albergaria-a-Velha.



16 de janeiro de 2011

Em 2050 a Primavera vem mais cedo. Isso é bom ou mau?


Dentro de 40 anos, o Inverno vai deixar de ser branco. Pereiras e cerejeiras, ranúnculos e gerânios deverão começar a florir no final de Janeiro, quando a estação do frio ainda não terminou. Pelo menos oficialmente. Um novo estudo concluiu que em 2050, a Primavera vai chegar um mês mais cedo do que é tradicional.
Malcolm Clark, da Universidade Monash (Austrália), e Roy Thompson, da Universidade de Edimburgo, olharam com atenção para os registos das plantas dos Reais Jardins Botânicos de Edimburgo (RGBE) desde 1850 e para os registos meteorológicos relativos a Edimburgo desde 1775. O seu estudo
conclui que o “calendário botânico” já mudou para inúmeras espécies de plantas da colecção do RGBE, recolhidas ao longo de 150 anos em vários pontos do globo. Hoje, as plantas estão a florescer mais cedo porque as temperaturas estão, lentamente, a aumentar. Em zonas marítimas, por cada aumento de 1 grau Célsius, as plantas podem florir 16 dias antes. A culpa, dizem, é da subida das temperaturas médias das águas dos oceanos.
Mas ainda que estas sejam boas notícias para os amantes das flores, muitos serão os amargos de boca, especialmente para agricultores, aves e insectos que dependem das plantas.
Esta “dessincronização” pode fazer com que as plantas não estejam disponíveis quando os animais – como as aves e os insectos que se alimentam delas - precisam delas.
Tradicionalmente, a Primavera começa a 20 ou 21 de Março e termina a 21 de Junho. Mas os registos do Met Office (instituto de meteorologia britânico) indicam que a estação já está a começar a 1 de Março e a terminar a 31 de Maio. O problema é que o ritmo destas alterações é demasiado rápido para permitir às plantas se adaptarem e evoluírem. “No passado, as plantas acompanharam o ritmo do clima e depois da última Idade do Gelo tiveram muito tempo para migrar. No futuro, isso não vai acontecer”, disse Thompson. “Parece-me inevitável que vão ocorrer muitas extinções”.