Blogue no âmbito da área curricular não disciplinar Área de Projecto, construído pelas alunas Ana Rita Vieira, Liliana Ramalho, Tânia Figueiredo e Vanessa Martins do 12º C da Escola Secundária c/ 3º ciclo de Albergaria-a-Velha.



17 de novembro de 2010

O uso das plantas no passado

A história da utilização das plantas pelo Homem é também a história da medicina, pois as plantas foram o nosso primeiro medicamento.
Referências mais específicas no que diz respeito aos remédios usados podem ser encontradas na história Egípcia e  Chinesa. Um papiro egípcio de 1600 A.C. descreve muitas plantas, animais e remédios inorgânicos. Muitos destes foram provavelmente descobertos empiricamente e alguns como os Coentros, o Funcho, o Sene e o Absinto são usados ainda hoje. Existe uma clara evidência de Ópio produzido a partir da papoila cultivada no Vale Mesopotâmio,  provavelmente a primeira experiência do Homem  na área da preparação de medicamentos.

Na China, as referências às plantas que têm sido encontradas são anteriores à  Dinastia Ming (1500 A.C.). Registos das plantas e do seu uso têm sido encontrados nos “oráculos dos ossos”, os meios de gravação de informação naquele tempo.
É interessante especular  como estas civilizações antigas faziam para descobrir o uso a dar às plantas medicinais. Não existem evidencias de que existia algum sistema de medicina presente que pudesse explicar o funcionamento do corpo e da manutenção da saúde. De facto a doença era considerada   um castigo imposto por Espíritos e Deuses em vingança pelos erros cometidos.
Uma teoria é a de que o homem seguia somente o seu instinto natural. Com uma grande aproximação à natureza, os nossos antepassados provavelmente tinham um grande conhecimento sobre como usar o ambiente para se manterem vivos. Este instinto pode ser visto nos animais que não vivem em cativeiro, que podem consumir alimentos em quantidade e combinação correctas para a manutenção da saúde, sabendo quais as plantas a evitar por serem venenosas e também escolher as plantas certas para comer quando estão doentes. Tal comportamento provavelmente também se passou com os nossos antepassados, que adquiriram gradualmente mais conhecimento, capaz de utilizar as diferentes plantas e ervas para se manterem bem.
Diversos grupos, adeptos da medicação natural, consideram que as doenças foram criadas com um intuito vingativo para punir ou avisar algum acontecimento, crendo que somente a benção dessa força será capaz de afastar todos os males. Através dessas ideias, surgiram os indios, como um dos principais grupos de consumidores de plantas medicinais. Eles preparavam os remédios com plantas retiradas da floresta, pedindo permissão à"mãe natureza" e realizando rituais para purificação do corpo e da alma. Na maioria das vezes, esses rituais eram impulsionados pelos conselhos dos curandeiros, pois eram encarados como sábios e possuidores de todos os conhecimentos metafísicos.
A sociedade indígena é a maior e mais confiável fonte de conhecimento empírico actualmente. Devido ao contacto permanente com a natureza e à passagem por via oral dos costumes de geração em geração, a realidade das soluções e curas para os males que afligem os integrantes desta sociedade, constituem a comprovação do uso directo dos recursos naturais disponíveis na região.
Por mais de  5000 anos a arte da cura tem sido uma doutrina crescente e em  mudança. Se  olharmos para a história da medicina em várias civilizações, nomeadamente a medicina Chinesa, Ayurvédica, Grega, Romana e da Europa Moderna, podemos perceber muitos paralelos que se confluem na Fitoterapia moderna.
A medicina anda às voltas num círculo e o lugar da Fitoterapia é seguro. Diferente dos Gregos e Romanos que não tinham um claro entendimento de como o corpo humano trabalhava, como a  circulação, sistema imunológico, funções excretoras do fígado e rim, a Fitoterapia moderna tem as vantagens das descobertas feitas durante o Século XX.

Texto adaptado de: http://www.jardimverde.pt/
Imagem:http://plantasmagicas.blog.com/