Blogue no âmbito da área curricular não disciplinar Área de Projecto, construído pelas alunas Ana Rita Vieira, Liliana Ramalho, Tânia Figueiredo e Vanessa Martins do 12º C da Escola Secundária c/ 3º ciclo de Albergaria-a-Velha.



19 de novembro de 2010

Uma pioneira da moderna fitoterapia

Nos últimos anos do século XIX e nos primeiros do século XX, os médicos ainda receitavam medicamentos à base de substâncias químicas muito energéticas, algumas então recém-descobertas, que hoje são consideradas venenosas: o calomelano ou cloreto mercuroso (de acção fortemente purgante), o tartarato  de antimónio (vomitivo), a estricnina (excitante tóxico) ou os sais de arsénico (contra a sífilis e outra infecções).
Os progressos da incipiente indústria química e farmacêutica, tanto na Europa como no EUA, tinham desencadeado um grande entusiasmo social. A contínua descoberta de novos medicamentos cada vez mais potentes, ainda que não menos tóxicos, parecia prometer um futuro próximo em que iria existir um fármaco específico para curar qualquer doença.

No meio daquele ambiente de euforia farmacológica, quando o interesse de todos os cientistas se dirigia para os medicamentos de síntese química, Ellen G. White, notável autora norte-americana dotada de uma grande capacidade pedagógica e preventiva, escrevia o seguinte: "Há plantas simples que podem ser usadas para o restabelecimento dos doentes, cujo efeito sobre o organismo é muito diferente do efeito dos medicamentos que envenenam o sangue e põem a vida em perigo".
Esta pioneira da moderna fitoterapia recomendou o uso popular de certas plantas medicinais, adiantando-se em mais de cem anos às leis actualmente vigentes na maioria dos países ocidentais, que permitem o livre uso de certas plantas sem necessidade de receita médica: por exemplo, a infusão de lúpulo (como sedativo), os banhos aos pés de mostarda (para descongestionar a cabeça), o carvão vegetal (pelo seu efeito desintoxicante) e o pinheiro, o cedro e o abeto (para as afecções respiratórias).
Além de promover o uso racional das plantas medicinais como alternativa aos energéticos remédios medicamentosos que se usavam naquela época, Ellen G. White insistiu num facto que hoje é bem conhecido pela ciência médica, mas que há um século constituía uma autêntica novidade: A saúde não é fruto do acaso, mas antes a consequência dos hábitos de vida e, em especial, da alimentação.(...) Assim como o uso inteligente dos agentes naturais, como a água, o sol, o ar, os alimentos, o exercício físico e as plantas medicinais, podem impedir que as debilidades do nosso organismo se manifestem até se transformarem em doenças declaradas.   

Adaptado de: ROGER, Jorge D. Pamplona, (1996), "A Saúde pelas Plantas Medicinais" - Enciclopédia de Educação e Saúde, Vol. 1, Editoral Safeliz