Blogue no âmbito da área curricular não disciplinar Área de Projecto, construído pelas alunas Ana Rita Vieira, Liliana Ramalho, Tânia Figueiredo e Vanessa Martins do 12º C da Escola Secundária c/ 3º ciclo de Albergaria-a-Velha.



19 de abril de 2011

Normas de cultivo para plantas medicinais

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade do Mississipi, dos Estados Unidos, fecharam um acordo para estabelecer normas de cultivo de plantas medicinais e ampliar a produção de fitoterápicos "de qualidade".

"Vamos trabalhar no processamento de plantas medicinais e desenvolver métodos para autenticar e padronizar os fitoterápicos, além de fornecer dados de manejo adequado", adiantou o investigador Flávio Pimentel, da Embrapa Agroindústria Tropical de Fortaleza, Ceará.

O acordo de cooperação entre as instituições contempla o aproveitamento das potencialidades dos ecossistemas de cerrado e da caatinga do nordeste do Brasil –, uma área de plantas naturais como espinheira santa, guaco, Quebra pedra, carqueja, fáfia, aroeira, copaíba, unha-de-vaca, barbatimão, catuaba e unha-de-gato, entre outras.

"Os extractos das plantas brasileiras também serão testados na agricultura como biodefensivos", referiu Flávio Pimentel.
 A ideia é criar um viveiro de espécies nativas e estabelecer uma rede com informações sobre recursos genéticos das plantas da região.

Colheita e autenticação"Cientistas já identificaram que áreas de 'tensão ecológica' têm grande potencial para a diversidade química, se forem comparadas com ecossistemas homogéneos", justificou Flávio Pimentel. Segundo o director do Centro Nacional de Pesquisa de Produtos Naturais, da Universidade do Mississipi, Larry Walker, existem entre 50 mil e 70 mil plantas medicinais e aromáticas no mundo, mas a maioria ainda é desconhecida.

"Apenas três mil espécies são comercializadas internacionalmente", assinalou. De acordo com Flávio Pimentel, 52 por cento dos fármacos comercializados hoje são derivados de produtos naturais. "No caso dos produtos anti-cancro, o número chega a 60 por cento dos fármacos utilizados em quimioterapia", adiantou.

A proposta de trabalho inclui a colheita e autenticação das plantas medicinais usadas no Brasil, o isolamento dos marcadores químicos e o desenvolvimento de métodos analíticos. "Há muitos produtos que têm o mesmo nome e composições químicas diferentes", observou Flávio Pimentel.

No Brasil, a expectativa é diminuir a importação de matérias-primas para a produção de fitoterápicos, "com foco principalmente nas plantas que já estão na lista do Sistema Único de Saúde (SUS)". Para os Estados Unidos, o acordo possibilita a ajuda da Embrapa no desenvolvimento de protocolos analíticos de padronização das plantas medicinais de origem brasileira comercializadas naquele país, facilitando a identificação correcta, informou Flávio Pimentel.

Fonte:http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=41280&op=all